Regência


Regência – Relatos de aula 2

Neste último mês pudemos reforçar bem a parte técnica com vários exercícios de entradas, cortes, exercícios de aquecimento e vocalises. A professora teve a oportunidade de “limpar” bem o gestual dos alunos de forma geral e tirar muitas dúvidas.

Tivemos também a oportunidade de expor nossas peças de criação coletiva, o que nos dá muitas idéias de trabalhos em sala de aula. Já disse isso no primeiro relato e volta a repetir a importância do diálogo em sala de aula e das trocas de experiências tanto da própria professora, como entre os colegas.

Uma aula muita interessante que tivemos foi com o Fernando Grecco, onde foram propostas várias atividades e dinâmicas visando o trabalho em grupo. Vale salientar que o trabalho em grupo vai além do grupo coral. Esta aula me deu muitas possibilidades para trabalhar em sala de aula com as crianças também. Atividades objetivando atenção, cooperação, unidade, enfim, todos os quesitos necessários para um bom resultado de qualquer trabalho.

Tenho absorvido bastante e tentado por em prática todo o conteúdo das aulas de regência e isso tem sido muito importante no trabalho com o grupo que estou regendo atualmente. Trata-se de uma oficina para adultos uma vez por semana com duração de três meses. O grupo conta com cerca de 18 pessoas.




      
Regência Coral - Impressões sobre o texto de Oscar Zander


  

Ao tocarmos no assunto “Personalidade” principalmente no meio artístico, entramos em um universo vasto, não tão desconhecido, mas perigoso. Entendo que já é difícil trabalhar com pessoas, independentemente de suas profissões, porém, o trabalho do regente se torna ainda mais complicado quando seus “comandados” por assim dizer, são cantores!

O próprio senso comum nos mostra a imagem do regente ou maestro como uma figura austera, rígida e até mal humorada. Mas como uma figura assim pode manter o interesse de um grupo? Como esta figura pode entusiasmar o seu grupo?

É claro que nem todo regente é assim, mas há momentos em que talvez ele tenha que ser. Como há momentos em que ele deverá ser mais artista, mais professor, mais músico, mais pai, mais general. O que estou querendo dizer é que depois de ter “dominado” o seu grupo, este passa a assumir a personalidade do regente respondendo aos seus gestos de forma harmoniosa e coerente, seja o gestual mais contido ou mais vigoroso.

Em relação a figura do regente como intérprete, acho que a fidelidade à obra é tão importante quanto a livre interpretação. As duas formas de leitura estão no mesmo patamar, pois tem o mesmo valor artístico e musical. O mais importante é a qualidade do trabalho e aí entra a prática do regente.


Neste aspecto concordo com praticamente tudo que o autor coloca no texto, como por exemplo: a escolha da obra apropriada ao seu grupo (tanto em relação ao grau de dificuldade quanto a característica), a importância de se ter conhecimento e domínio das obras por parte do regente, a importância do texto e su interpretação, saber identificar os pontos mais difíceis de cada voz, enfim, todo o trabalho técnico e toda estratégia para o bom resultado.




Regência – Relatos de aula

Em nossa primeira aula de regência tivemos a oportunidade de discutir sobre a importância de se ter uma ou várias estratégias para o desenvolvimento de um bom trabalho. A questão foi colocada para o grupo e todos puderam opinar e trazer para a aula suas experiências com coros,  grupos vocais e mesmo grupos instrumentais.

Entre os aspectos levantados na discussão vale enfatizar os seguintes:

·         Negociações com o grupo

·         Despertar o interesse (motivação)

·         Observação

·         Repertório

·         Apreciação (referência)

·         Buscar a unidade

·         Ética e respeito

·         Escutar o grupo

Lembro-me que a Professora Mara nos contou sobre um trabalho que ela está realizando com crianças e de algumas dificuldades que ela estava encontrando. Isso me chamou atenção, pois no meu trabalho nas escolas (com crianças de todas as faixas etárias) também encontro problemas semelhantes, o que torna ainda mais importante o fato de se ter várias estratégias para nos auxiliar na sequência e na conclusão do trabalho.

Recentemente a Professora Mara nos contou que havia mudado alguns aspectos na estrutura dos ensaios com as crianças e que por este motivo estava conseguindo alguns resultados positivos. Isto consolida a idéia de que para se realizar um bom trabalho, nem sempre temos que nos apegar a uma estrutura rígida e fechada, mas saber que a partir de uma boa observação, de escutar o grupo e principalmente sabendo negociar, podemos e devemos ter a flexibilidade para reestruturar nossa estratégia para o sucesso do nosso trabalho.

Em relação ao trabalho prático, fizemos exercícios e dinâmicas visando a unidade do grupo e como por exemplo uma atividade em formamos duas rodas, todos viramos o mesmo lado do corpo para dentro do círculo e simultaneamente nos sentamos um no colo do outro e depois também de forma simultânea nos levantamos. Achei essa atividade muito interessante, pois sem confiança no outro é impossível realizar este trabalho.

Também são muito enriquecedoras as propostas de aquecimento vocal e corporal realizadas com o grupo em sala, vale destacar: o uso de sílabas para melhorar a emissão dos naipes ou do grupo, o uso do “S”, os cânones tipo: “Se o papa papasse papa...”, exercícios para afinação etc.

Em relação ao trabalho de técnica especificamente, sempre trabalhamos o gestual  com as marcações das fórmulas de compasso: unário, binário, ternário etc. Os cortes, dinâmicas, lateralidade, enfim, tudo de forma muito prática e muito focada com os arranjos trazidos pela professora e sempre nos corrigindo e sempre com muito diálogo e muita troca de experiências.