Pesquisa Sonora


Pesquisa Sonora e Improvisação

Reflexão

As aulas de Pesquisa Sonora e Improvisação foram muito produtivas e proveitosas, pois a forma como as propostas e atividades foram conduzidas nos levou a deixar um pouco de lado a visão teórica e crítica, muitas vezes limitadora, de quem estuda música e quer sempre rotular ou classificar o som (música) de acordo com seu conhecimento musical.

Logo na primeira aula tivemos uma atividade com jornal e papelão, cujo resultado foi muito positivo. Desde o som mais sutil até o mais vigoroso, o grupo “passeou” por diversos timbres e ritmos, tanto em conjunto quanto individualmente. Me lembro de ter comentado em sala, o quanto uma atividade como esta pode ter servido como fonte de inspiração para grupos como: Stomp, Blue Man Group, Barbatuques entre outros. Da mesma forma, vejo o quanto isso é importante para nós professores, pois representa também uma quebra de paradigmas em relação ao que é ou o que pode ser música!

Outro ponto que me chamou a atenção no decorrer das aulas foi a questão da improvisação. Muitos músicos, principalmente eruditos, apresentam dificuldade quando o assunto é improviso e este “bloqueio” vem muitas vezes do simples medo de fazer e errar. Durante as aulas tivemos a oportunidade de experimentar, improvisar e quebrar um pouco (ou não) este bloqueio de uma forma mais livre e sem pressão. É engraçado observar uma atividade como esta com alunos que não tem conhecimento musical, pois como disse anteriormente às vezes a visão teórica se torna limitadora.

Tive a oportunidade de realizar uma atividade de pesquisa sonora com alunos do 4° e 5° anos de um colégio onde dou aulas e o resultado foi muito gratificante. A proposta era explorar a sonoridade das carteiras e cadeiras dentro da sala de aula e depois de um certo estranhamento inicial a atividade se desenvolveu muito bem. Eles usaram as mãos, canetas, lápis e réguas como baquetas e assim descobriram novos timbres e o trabalho foi se ampliando. Conforme os alunos foram se soltando, a criatividade foi aflorando e as ideias surgiam de forma espontânea e cada ideia que surgia era o ponto de partida para uma nova e assim por diante. Depois de lançada esta proposta, os próprios alunos nas semanas seguintes, trouxeram experiências e novas propostas para outras atividades de pesquisa. Foi muito bom!

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