Expressão


Reflexão geral sobre as aulas de expressão pelo movimento



Minha reflexão tem como ponto de partida que tudo é movimento e todo movimento expressa alguma coisa. Antes de pensar no artista, mas pensando no ser humano em si vemos a todo o momento. No ato de sentar, de levantar, ao caminhar, em sua respiração, no olhar etc. É fato que mal nos damos conta e em muitos casos até ignoramos a importância e a simples percepção de nossa postura e do impacto que isto causa no outro, da observação do espaço a nossa volta e quanto isso pode ser útil no nosso dia a dia.

Pensando agora como educador e artista, posso aprofundar esta visão e procurar nos detalhes e na técnica fazer uma análise mais ampla e mais complexa. Como cantor, sempre procurei estudar a técnica vocal e aprimorar a minha voz para me tornar cada vez melhor e sempre procurei ter boas referências para me espelhar. Porém, o artista completo não é só voz, não é só instrumento, ele deve também conseguir atingir as pessoas através de um simples gesto ou de apenas um olhar. Podemos dizer tudo sem uma só palavra. Uma das formas de comunicação é através desta comunicação não-verbal onde ocorre a troca de olhares, gestos, mímica e postura.

Entender o movimento a partir deste olhar mais técnico e abrangente começa a fazer uma enorme diferença positivamente, pois principalmente como educador passamos a nos perceber melhor e acima de tudo nos comunicarmos melhor. Sendo assim, podemos destacar a importância da percepção de nossa Kinesfera, das dimensões do nosso corpo e da grande contribuição que nos traz no trabalho em grupo, a integração som-movimento, o olhar e as diversas maneiras de olhar, a respiração e a dinâmica. Vale destacar também as Ações do esforço e as diferenças entre os movimentos:  Leve x Firme, Lento x Rápido e Direto x Indireto e o resultado que podemos obter das diversas combinações entre eles.

 Enfim, do movimento mais simples até o mais complexo temos uma vasta lista de opções para serem estudadas e aprofundadas ao longo da vida para evoluirmos como artistas, professores, educadores e pessoas. O conhecimento adquirido neste semestre em relação a esta disciplina me fez pensar em como ainda tenho que crescer como artista e educador e o quanto este conteúdo é importante para todo este processo.



ENTREVISTA

Entrevistada:  Carla Lopes – Cantora e coralista (coral USP XI de agosto)

Fazendo uma análise a partir da entrevista concedida e refletindo um pouco sobre o tema “Expressão e Movimento”, percebo que de certa forma, existe uma preocupação e uma atenção com o corpo que são muito pertinentes e sempre muito direcionadas ao aprendizado do instrumento em si.

No caso da minha entrevistada, por se tratar de uma cantora, ficou evidente a sua preocupação com a qualidade do som e os cuidados que ela tinha que tomar com o corpo para que isso acontecesse. Porém, sua preocupação em relação ao corpo me pareceu muito mais técnica do que  sua preocupação em relação a expressão, mesmo tendo dito sobre a importância do gestual e de como isso atua na sua expressão.

Quando questionei sobre a percepção que ela tinha de seu corpo em sala de aula ou na preparação para uma apresentação, achei interessante destacar o seguinte: segundo ela o trabalho com o corpo em sala de aula ou nos ensaios é algo que ela encara como natural e que não há como dissociar a linguagem corporal da linguagem musical.  Sua experiência em coral cênico a ajudou muito nesta percepção, mesmo porque teve a oportunidade de trabalhar com diferentes diretores cênicos e em montagens bem diferentes umas das outras. No entanto, por mais natural que seja o trabalho corporal, ela diz que no começo achou estranho algumas atividades propostas pelos diretores para ajudar no trabalho cênico. Algumas destas atividades inclusive foram propostas nas nossas aulas de expressão como exercícios de andar em grupo em diferentes velocidades, andar e parar, deslocamento em grupo (cardume) o olhar etc. Depois as pessoas foram, se acostumando e as atividades foram fazendo parte do cotidiano dos ensaios e aí sim passaram a ser mais naturais.

A reflexão que faço disto é que quando propomos na sala de aula uma atividade corporal para os alunos, isto ainda é muito novo, mas com o tempo podemos fazer com que isso seja também natural e então conseguiremos extrair dos alunos muito mais.











Relatos

14/03/2011

 Integração som – movimento

Reconhecimento do espaço e do grupo:

·         andar em diferentes velocidades;

·          com um pulso comum para todos;

·         Andar e parar

·         Roda de palmas: sentido horário, anti-horário e aleatório, falando o nome e o nome do colega ao lado

28/03/2011

Texto Laban

18/04/2011

Kinesfera: nosso espaço

Tamanho do corpo em relação ao espaço  / contorno do corpo / espaço interno (pequeno, médio e grande)

Preenchendo com som o espaço que circunda o corpo.

Exercício: em roda emitir um som e ir se afastando.

Exercício:  em roda, com uma pessoa no centro que dança com movimentos pequenos, médios e grandes.

Exercício:  Deslocamento em grupo (cardume)

Compartilhando e não compartilhando a kinesfera.

18/04/2011

Octaedro: balão

Seqüência da espada (Laban): olhar em afinidade com a direção / mudar a direção e a kinesfera

Exercício: Composição coreográfica em dupla

25/04/2011

Postura e expressão do corpo

Sentar e levantar: apoio dos ísquios / alavanca da articulação coxo-femural / organização dos joelhos e dos pés / respiração.

Exercício: composição coreográfica de fotos.

02/05/2011

Projeção espacial – olhar

Colocar as mãos nos olhos e escurecer a visão (descanso)

Visão periférica (todos vão para frente e para trás juntos)

Visão direcionada

Monograma de cristo (dança de roda)

Várias maneiras de olhar

09/05/2011

Formas: desenham no espaço



23/05/2011

Dinâmica

Peso: (força ou energia) / ativo e passivo

Exemplo: o movimento do regente

Peso: movimentos leves e pesados de acordo com a música

Exercício: impor resistência ao movimento do parceiro (em dupla)

Exercício: contra peso (em dupla)

Exercício: empurrão

Exercício: encosta numa parte do corpo do parceiro que faz movimentos leves a partir do toque.



06/06/2011

Ações do esforço: 

Leve-lento-indireto: flutuar

Leve-lento- direto: tai-chi

Leve-rápido-indireto: chacoalhar

Leve-rápido-direto: pontuar

Firme-rápido-indireto: chicotear

Firme-rápido-direto: golpe

Firme-lento-direto: matrix

Firme-lento-indireto: torcer



13/06/2011

Composição coreográfica em grupo.